'Confiei na Justiça e nada aconteceu', diz pai de seis filhos após MP encerrar investigação sobre morte da esposa em operação da PM

  • 03/07/2025
(Foto: Reprodução)
Edneia Fernandes Silva tinha 31 anos e estava sentada em uma praça de Santos (SP) quando foi atingida por um disparo na cabeça durante intervenção da PM pela Operação Verão. O MP também arquivou 11 inquéritos que apuravam a conduta de policiais em outras ações. Pai de seis cobra conclusão da investigação da morte de esposa atingida por bala perdida na cabeça em ação da PM Arquivo Pessoal e Reprodução/TV Globo O marido de Edneia Fernandes Silva morta com uma bala perdida na cabeça em Santos , no litoral de São Paulo, durante a Operação Verão, se mostrou surpreso com a decisão do Ministério Público (MP) de não denunciar a conduta dos Policiais Militares envolvidos na ocorrência. "Minha esposa foi assassinada, confiei na Justiça e nada aconteceu”, disse Givaldo Manoel da Silva Júnior, que teve seis filhos com a vítima. O processo agora será analisado e julgado pela Justiça Militar. ✅Clique aqui para seguir o canal do g1 Santos no WhatsApp. Segundo o MP, a investigação concluiu que não houve dolo — ou seja, intenção de matar — por parte dos policiais envolvidos na morte de Edneia, de 31 anos. Por isso, o órgão decidiu não apresentar denúncia. O MP também manteve o arquivamento de outros 11 inquéritos que apuravam a conduta de PMs nas operações Escudo e Verão, encerrando as investigações (veja abaixo). O marido contestou a decisão do MP de não apresentar denúncia contra os PMs na justiça comum. "Foi apenas um disparo [...] Minha esposa foi assassinada, confiei na Justiça e nada aconteceu. É muita covardia e injustiça”, destacou. Bala perdida que matou mãe de seis foi disparada por PM ' Givaldo destacou, porém, que há uma ação cível em andamento na Justiça para a indenização da família por danos morais. Com o fim da investigação, o MP pediu o arquivamento do processo que foi confirmado pelo judiciário. "Eu deixo na mão de Deus, porque aqui não paga, mas na mão dele eu sei que nada passa batido. Ele sabe o que faz", conta. Família Famílias cobram agilidade em investigações de mortes na baixada santista Givaldo contou que desde a morte da esposa tem cuidado sozinho dos seis filhos, que têm de 3 a 17 anos. Ele pontuou que nunca recebeu apoio psicológico ou financeiro do estado. “Hoje, eu sou o pai e a mãe deles. Em todos os sentidos”, diz. "Tá sendo difícil. É muito difícil. Os aniversários, Natal, Ano Novo, Dias das Mães que passou. Pra gente que é adulto já é doído, imagina para os filhos", disse ele, que, por conta própria, buscou acompanhamento psicológico. Os filhos, segundo Givaldo, também questionam a falta da mãe. “A [minha filha] de três anos diz: Pai, minha mãe tá dormindo com papai do céu, mas eu queria ela aqui comigo”, contou. Ao g1, ele disse que a única vez que foi contatado pelo estado foi no começo das investigações do caso, quando ofereceram uma cesta básica à família. “Depois eles sumiram, nem um 'Oi'". Investigações arquivadas O procurador-geral de Justiça do Estado de São Paulo, Paulo Sérgio de Oliveira e Castro, manteve arquivados 11 inquéritos que investigavam a conduta de policiais militares durante as operações Escudo e Verão, que deixaram um saldo oficial de 84 mortos pela PM na Baixada Santista. Com essa decisão do chefe do MP, não há mais nenhum caso em aberto para apurar a atuação dos policiais nessas operações. No total, foram oferecidas sete denúncias contra 13 policiais. Em nota, o Ministério Público do Estado de São Paulo informou que a manutenção do arquivamento, confirmado pelo Judiciário, deu-se após "investigação ancorada no exame das imagens das câmeras corporais, na oitiva de testemunhas, na tomada de depoimentos para conhecer a versão dos agentes e na confrontação desses dados com os laudos periciais". O MP informou ainda que, "durante as Operações Escudo e Verão, o MPSP instaurou um Procedimento Investigatório Criminal para cada uma das mortes decorrentes de intervenção policial, realizando uma investigação independente daquela feita pela Polícia Civil do Estado de São Paulo, apurações estas que fundamentaram o oferecimento de sete denúncias contra 13 policiais militares". De acordo com o MP, durante as investigações: 92 pessoas foram ouvidas; 330 filmagens foram analisadas, somando o total de 166 horas de vídeos; 167 interrogatórios foram realizados; inúmeras perícias foram conduzidas pelo Centro de Apoio à Execução (CAEx). Procurada, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) disse que só a Operação Escudo resultou na "captura de 388 foragidos da Justiça e de aproximadamente outros 600 criminosos". Além disso, 119 armas de fogo, incluindo fuzis de uso restrito, foram retiradas das ruas, e cerca de uma tonelada de drogas foi apreendida, informou a pasta em nota. MP encerra investigação sobre operações da PM que deixaram 84 mortos na Baixada Santista Reprodução/TV Globo No âmbito da Operação Verão, a secretaria afirmou que outros 1.025 criminosos foram presos, sendo 438 procurados pela Justiça, e mais de 2,6 toneladas de drogas foram apreendidas. A SSP ressaltou que "todas as ocorrências de morte durante as operações foram rigorosamente investigadas pelas polícias Civil (Deic de Santos) e Militar, com o acompanhamento das respectivas corregedorias, do Ministério Público e do Poder Judiciário". "Todo o conjunto probatório apurado no curso das investigações, incluindo as imagens das câmeras corporais, foi compartilhado com esses órgãos", disse em nota. O órgão acrescentou que investe "continuamente na capacitação do efetivo, na aquisição de equipamentos de menor potencial ofensivo e em políticas públicas voltadas para a redução da letalidade". Operação Verão José Silveira dos Santos (à esq.) e Samuel Wesley Cosmo (à dir.) Reprodução A Operação Verão foi estabelecida na Baixada Santista desde dezembro de 2023. No entanto, as 2ª e 3ª fases, que contaram com reforço policial, foram decretadas logo após os assassinatos do soldado PM Samuel Wesley Cosmo, no último dia 2, e do cabo José Silveira dos Santos, no dia 7 de fevereiro. A Defensoria Pública de São Paulo, em conjunto com a Conectas Direitos Humanos e o Instituto Vladimir Herzog, pediu à Organização das Nações Unidas (ONU) o fim da operação policial na região e a obrigatoriedade do uso de câmeras corporais pelos policiais militares. VÍDEOS: g1 em 1 minuto Santos

FONTE: https://g1.globo.com/sp/santos-regiao/noticia/2025/07/03/confiei-na-justica-e-nada-aconteceu-diz-pai-de-seis-filhos-apos-mp-encerrar-investigacao-sobre-morte-da-esposa-em-operacao-da-pm.ghtml


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