Jovem baleado durante execução de ex-delegado comemorava saída do presídio com a família
17/09/2025
(Foto: Reprodução) Investigação avança e 6 homens participaram da execução do ex-delegado Ruy Costa
Gustavo Henrique Gonçalves, de 20 anos, foi baleado na perna durante o atentado que matou o ex-delegado Ruy Ferraz Fontes em Praia Grande, no litoral de São Paulo. Ele havia acabado de sair do presídio de São Vicente e comemorava com a família a progressão ao regime semiaberto, quando foi atingido por um disparo de fuzil.
A tia dele, Samantha Gonçalves Carvalho, também teve duas perfurações na perna. Ela contou à equipe da TV Tribuna, afiliada da Globo, que o jovem fraturou a perna por conta do disparo e segue hospitalizado.
O ex-delegado foi morto por criminosos armados com fuzis, que efetuaram mais de 20 disparos na Avenida Dr. Roberto de Almeida Vinhas, por volta das 18h20 de segunda-feira (15). Durante a ação, Gustavo acabou ferido e foi levado à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Quietude.
Segundo a Prefeitura de Praia Grande, o jovem foi atendido na unidade de saúde e, na noite de segunda-feira (15), transferido para o Hospital Municipal Irmã Dulce com Samantha. Ela foi liberada, e ele permaneceu internado para sequência dos atendimentos.
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Comemorava o regime semiaberto
A família de Gustavo contou que comemorava o retorno dele após a liberação para cumprir pena em regime semiaberto. Ele havia sido preso em setembro de 2023 e cumpria pena de seis anos e sete meses na penitenciária Dr. Geraldo de Andrade Vieira, em São Vicente.
Segundo os familiares, o jovem ainda usava a roupa do presídio no momento do atentado. Em março de 2024, ele foi condenado por roubo e corrupção de menores. Na ocasião, ele e quatro adolescentes roubaram uma bolsa que continha um moedor para drogas, duas gramas de maconha, uma tesoura, um isqueiro e um soco-inglês.
Entenda o que se sabe sobre a execução do delegado Ruy Ferraz Fontes
Fogos de artifício
Samantha, uma das vítimas do atentado que matou o ex-delegado, pensou que os disparos de fuzil fossem fogos de artifício. Após tomar ciência da situação, ela classificou o momento como “traumatizante”.
“Nós pensamos que era fogos. Daqui a pouco os caras já vem atirando aqui com tudo, com fuzil mesmo”, disse.
“Todo mundo correu. Meu irmão viu [o sangue], minhas irmãs. Minha mãe logo desmaiou. Meu irmão pegou o carro e já ‘botou’ nós dentro e levou na hora [para UPA].Se não fosse meu irmão nem sei o que seria”, disse.
Confundiram com um suspeito
Samantha Gonçalves Carvalho foi baleada durante assassinato do ex-delegado-geral da Polícia Civil Ruy Ferraz Fontes
Leandro Guedes/TV Tribuna, TV Globo e Reprodução
Ao ser levada para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA), Samantha contou que uma equipe da Polícia Civil suspeitou que eles estivessem envolvidos na ação criminosa, já que o carro do irmão também era preto. Segundo ela, o homem foi levado à delegacia e só liberado durante a madrugada.
Ela relatou que o crime gerou uma forte sensação de insegurança na família, que mora perto do local do atentado. “Eu fico com medo mesmo. Fico olhando para ali [de onde eles vieram]. E ainda desceram do carro para matar ele”, conta.
Ataques, fuga e execução
Com base nas imagens de monitoramento da prefeitura, os criminosos chegaram à Rua Arnaldo Vitulli, ao lado da Secretaria de Educação (Seduc), às 18h02 de segunda-feira (15). Eles permaneceram de tocaia até às 18h16, quando o ex-delegado passou de carro e foi alvo dos primeiros disparos de fuzil.
Ruy Ferraz Fontes tentou escapar pela Rua 1º de Janeiro, mas foi perseguido por cerca de 500 metros. Na Avenida Dr. Roberto de Almeida Vinhas, bateu em um ônibus e capotou. Nesse momento, três criminosos armados com fuzis desceram do carro.
Um deles ficou na contenção, enquanto os outros dois se aproximaram do veículo e executaram o ex-delegado com diversos disparos.
Infográfico: criminosos fazem tocaia antes de iniciar ataque e perseguição ao delegado
Arte/g1
Suspeitos identificados
Segundo o secretário da Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, os carros usados pelos criminosos foram localizados. A Polícia Civil identificou dois suspeitos de envolvimento no assassinato do ex-delegado Ruy Ferraz Fontes por meio de impressões digitais encontradas em um dos veículos abandonados.
A Justiça já recebeu o pedido de prisão temporária dos investigados, mas ninguém havia sido preso até a última atualização desta reportagem.
Adeus a Ruy Ferraz Fontes
Conheça as linhas de investigação do assassinato do ex-delegado geral Ruy Ferraz Fontes
O corpo do delegado aposentado foi sepultado por volta das 17h30 desta terça-feira (16), no Cemitério da Paz, no Morumbi, Zona Sul da capital. Mais cedo, ocorreu o velório, na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp).
Por volta das 7h30, o corpo deixou o Instituto Médico Legal (IML), no Centro da capital, no carro da funerária e chegou na Alesp às 11h10, onde foi velado até as 15h. O velório público foi acompanhado por amigos, familiares, políticos e autoridades do estado de São Paulo.
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