Jovem viraliza ao mostrar que vive ao lado da Ilha das Cobras, com a jararaca mais venenosa do mundo; VÍDEO
09/09/2025
(Foto: Reprodução) Jovem viraliza ao mostrar que mora perto da Ilha da Queimada Grande
A jovem Bianca de Oliveira Medeiros, de 22 anos, viralizou nas redes sociais ao mostrar que mora perto da Ilha da Queimada Grande, conhecida como Ilha das Cobras, no litoral de São Paulo. O local, entre Itanhaém e Peruíbe, abriga a jararaca-ilhoa, uma das serpentes mais venenosas do mundo.
"Eu moro próximo à ilha mais perigosa do mundo", disse Bianca no começo do vídeo, que soma mais de 16 milhões de visualizações desde a publicação em 23 de agosto. Segundo ela, o conteúdo fez com que ganhasse 50 mil seguidores no Tik Tok (veja o conteúdo acima).
A Ilha da Queimada Grande é considerada a 2ª ilha com a maior densidade populacional de cobras no planeta, com cerca de 45 indivíduos por hectare -- área de 100 metros de largura por 100 de comprimento, equivalente a um campo de futebol.
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Trata-se de uma Área de Relevante Interesse Ecológico (ARIE), ou seja, uma unidade de conservação federal de acesso restrito, onde são permitidas apenas atividades científicas previamente autorizadas.
Apesar da proximidade, Bianca contou que a Ilha vizinha fica a duas horas de distância da casa dela, mas que costuma pescar perto da ilha. "Obviamente, quando você chega lá perto, não vê um monte de cobra ali do lado. Deve ser mais para o interior da ilha."
E complementou: "Muitos pescadores vão lá, é um lugar muito bom para pesca. Pesquei aos arredores, onde pode ver muitos peixes, golfinhos, tartarugas marinhas enormes, baleias. É magnífico. [...] Sinto curiosidade sim, mas só o mar, em si, é lindo. Se não fosse proibido a entrada, gostaria de ver como é dentro, que deve ser lindo, mas tenho medo sim, por ter uma das cobras mais venenosas do mundo lá".
Você dormiria na Ilha das Cobras? Maior youtuber do mundo conta a experiência
Jovem viralizou nas redes sociais ao mostrar que mora perto da Ilha das Cobras, em Itanhaém (SP)
Reprodução
Em entrevista ao g1, Bianca contou que sempre morou na Baixada Santista, mas que mudou-se de Mongaguá para Itanhaém há um ano. "É maravilhoso poder ver a ilha, mesmo que longe". Ela também disse que ama morar perto do mar.
"Essa ilha é muito conhecida por conta das cobras que habitam. É genial saber que moro perto de um lugar tão conhecido, perigoso, mas, ao mesmo tempo, muito lindo", afirmou a jovem.
Segundo Bianca, o vídeo foi gravado de forma despretensiosa, durante uma tentativa de criar conteúdo para o perfil recém-criado. “Eu estava sentada na área da piscina, olhei a ilha e pensei no tema para o vídeo e gravei de forma informal para me conectar mais com as pessoas. Deu certo".
Ilha das Cobras: Território selvagem e restrito é lar de uma das serpentes mais venenosas do mundo
Bianca afirmou que pretende surfar no "sucesso do tema" e criar mais vídeos relacionados à ilha, aos animais marinhos que já viu e às pescas que realiza em alto-mar. "A repercussão está sendo maravilhosa, tomou um alcance que eu não tinha ideia que iria chegar. Estou muito feliz."
De acordo com a jovem, ela nunca teve coragem de gravar conteúdos, mas foi motivada pelo namorado. "E virou isso, está dando muito certo e espero seguir nessa carreira [de influencer]."
"Muitos pescadores vão lá, é um lugar muito bom para pesca. Pesquei aos arredores, onde pode ver muitos peixes, golfinhos, tartarugas marinhas enormes, baleias. É magnífico. [...] Sinto curiosidade sim, mas só o mar, em si, é lindo. Se não fosse proibido a entrada, gostaria de ver como é dentro, que deve ser lindo, mas tenho medo sim, por ter uma das cobras mais venenosas do mundo lá", finalizou.
Jovem viraliza ao mostrar que mora perto da 2ª ilha com a maior densidade populacional de cobras no planeta
Reprodução e Helder de Oliveira Medeiros
Cobras encaram visitantes 👀
Anteriormente, o biólogo Eric Comin, que já visitou a unidade de conservação algumas vezes, compartilhou a experiência dele com a equipe de reportagem, e disse que não desembarcaria mais no local.
O biólogo contou que um especialista, que acompanha a expedição, abre o caminho tirando as cobras do chão para que os pesquisadores consigam caminhar. "Ele espanta do chão, vai tirando elas para a galera passar".
Biólogo relatou que serpentes da 2ª ilha com maior densidade de cobras do mundo encaram durante visita
Rafael Benetti e Airton Lourenço
"Geralmente nessas expedições você fica alguns dias na ilha, então sobe com equipamentos, com água e com tudo mais. Essas [cobras] não são agressivas, são bem tranquilas, elas não vêm para cima [da gente], elas só te olham, aquela coisa de te olhar nos olhos, é bem interessante".
Eric relatou que chegou a ficar bem perto delas, inclusive da jararaca-ilhoa, que é venenosa e só tem na ilha: "Superlegal, uma coisa bem bacana, só que é sinistro. É um animal lindo de se ver, é bem legal mesmo".
Jararaca-ilhoa 🐍
A jararaca-ilhoa
Rafael Benetti
A jararaca-ilhoa (Bothrops insularis), de acordo com o biólogo, é considerada uma das cobras mais peçonhentas e perigosas do mundo. "Ela é uma jararaca de coloração meio esverdeada com tom voltado ao amarelo. Com isso, ela tem uma camuflagem muito boa".
Ela se adaptou na ilha devido a um isolamento geográfico da glaciação. "Acredita-se que foi isso e, nesse isolamento, ela teve que caçar aves do continente que vão até a ilha. Para ela caçar essas aves, se ela pica a ave e a peçonha não é forte, a ave voa, vai embora e cai em outro lugar".
Por isso, a espécie se adaptou para picar e, consequentemente, provocar a morte imediata do animal. O biólogo afirmou que a serpente não cresce muito, mas mede aproximadamente um metro de comprimento. No entanto, a picada é equivalente a de quatro jararacas. "É muito forte".
"Dentro desse isolamento geográfico [...] a peçonha dela se potencializou de uma tal forma que a partir do momento que ela dava o bote, a ave já morria e ficava no galho", complementou. Ele ressaltou que essa espécie é extremamente endêmica, ou seja, só existe na Ilha das Cobras.
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