Lewandowski chama de 'brutal' e coloca forças federais à disposição para investigar assassinato de ex-delegado-geral de SP
16/09/2025
(Foto: Reprodução) Ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, ao chegar à Câmara dos Deputados
Reprodução/ TV Globo
O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, afirmou nesta terça-feira (16) que colocou as forças de segurança federais à disposição do governo de São Paulo para colaborar na investigação do assassinato do ex-delegado-geral paulista Ruy Ferraz Fontes.
Lewandowski também disse que telefonou para o governador do estado, Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos), e prestou solidariedade. Para o ministro, o crime foi "brutal".
Ruy Ferraz Fontes foi morto a tiros na segunda (15), em Praia Grande, no litoral de São Paulo. Segundo a Polícia Militar paulista, homens interceptaram o veículo e atiraram contra Fontes. O governo do estado criou uma força-tarefa para identificar e localizar os assassinos.
Ricardo Lewandowski lembrou que a investigação do caso é de competência das forças de segurança paulistas, mas afirmou que o governo federal estará à disposição para colaborar, se houver pedido do governo de São Paulo.
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Delegado-geral de São Paulo entre 2019 e 2022, Ruy Fontes teve papel central no combate ao crime organizado e foi pioneiro nas investigações sobre o Primeiro Comando da Capital (PCC).
O ministro da Justiça avaliou, em entrevista à imprensa, que a execução de Ruy Fontes demonstra o "nível de violência que, infelizmente, graça aqui no Brasil".
"O assassinato do ex-delegado-geral Ruy Fontes em SP muito nos preocupa, realmente, porque foi um assassinato brutal e isso mostra o nível de violência que, infelizmente, graça aqui no Brasil e também em outros países. Não é uma exclusividade nossa do Brasil", declarou.
Lewandowski também afirmou que o ministério já tomou as providências cabíveis ao seu nível e que ele ligou ao governador de SP para prestar solidariedade. "Não só ao policial morto e à família, mas a todas as forças de segurança do estado de SP", disse.
"Nós nos colocamos à disposição do estado, sobretudo no que diz respeito à polícia científica. Temos um banco de dados no que diz respeito à balística, DNA, informações, tudo isso nós colocamos à disposição, se necessário, do governo de SP", completou Lewandowski.
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Matheus Croce e Fábio Pires/ TV Tribuna e Reprodução
Proliferação de armas
Ao mencionar a gravidade do caso, Lewandowski também atribuiu o episódio à proliferação das armas, principalmente as de uso restrito.
O ministro afirmou que a disseminação de armamentos de todo calibre, inclusive de calibre militar, é responsável pelos assassinatos brutais que a sociedade presencia.
"No passado recente houve uma política de disseminação dessas armas sem controle. O atual governo está tentando agora, neste momento, fazer um controle dessas armas, sobretudo com relação aos CACs [Colecionadores, Atiradores Desportivos e Caçadores]", ponderou.
"Então, essas armas estão muitas vezes em mãos de pessoas honestas, de boa-fé, que são atiradores, são caçadores, são colecionadores, mas, muitas vezes, e, na maior parte das vezes, essas armas caem nas mãos dos do crime organizado", prosseguiu.
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Governo de SP anuncia força-tarefa
Em manifestação nas redes sociais, Tarcísio de Freitas afirmou nesta terça que o governo paulista trabalha para que os criminosos "sejam exemplarmente punidos pela Justiça, com todo o rigor da lei".
"O momento é de luto, mas também de muito trabalho para identificar, o mais rápido possível, os criminosos que participaram dessa ação covarde", afirmou o secretário da Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite.
A jornalistas, Ricardo Lewandowski afirmou que o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, e o secretário nacional de Segurança Pública, Mário Sarrubbo, conversaram com Derrite.
"Sempre se colocando à disposição como coadjuvantes nesse processo de investigação. As investigações estão em aberto, não temos nada de concreto ainda, mas certamente as investigações serão bem conduzidas pela polícia de SP, com apoio, se necessário, do governo federal, das forças federais, se formos convocados para tal", pontuou.
A declaração do ministro foi dada à imprensa enquanto ele chagava à Câmara, onde ele ia participar de audiência pública na Comissão de Segurança.
Infográfico - Dr. Ruy Ferraz é morto a tiros em praia Grande
Arte/g1