Sargento que matou esposa em clínica se recusa a fazer exame de sanidade mental: 'Zureta por conveniência', diz MP

  • 10/12/2025
(Foto: Reprodução)
Sargento que matou mulher não participa de perícia psiquiátrica determinada pela Justiça O sargento da Polícia Militar Samir Carvalho, acusado de matar a esposa e tentar matar a filha em uma clínica médica em Santos, no litoral de São Paulo, se recusou a fazer o exame de sanidade mental por orientação do advogado. Segundo apurado pelo g1, o procedimento havia sido um pedido da própria defesa à Justiça, com o objetivo de avaliar se ele tinha capacidade de entender o caráter criminoso. O crime aconteceu no dia 7 de maio, na Avenida Pinheiro Machado, no bairro Marapé. Samir foi preso em flagrante após matar Amanda Fernandes Carvalho com três tiros e 51 facadas. A filha do casal, de 10 anos, também foi atingida por disparos, mas sobreviveu após ficar internada por seis dias. ✅ Clique aqui para seguir o novo canal do g1 Santos no WhatsApp O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) se manifestou sobre a negativa à perícia psiquiátrica na última sexta-feira (5). No documento, obtido pela TV Tribuna, afiliada da Globo, o promotor de Justiça Fabio Perez Fernandez destacou que o sargento pode e deve responder criminalmente pelos atos. "Quem é doido, é doido. Não passa a ser louco, muito menos deixa de ser maluco, a depender do que estiver escrito em algum outro papel [resultado de outra perícia]", disse o promotor. "O réu é o típico zureta por conveniência. Raro, mas aparece muito aqui pela Justiça Criminal, que não é cega". Fernandez afirmou que respeita as questões de saúde mental que podem levar à insanidade penal, tendo escolhido termos coloquiais para se referir à tentativa de Samir de escapar da responsabilização. O promotor também pediu para que o sargento fosse levado ao Tribunal do Júri. O acusado está detido no Presídio da Polícia Militar Romão Gomes, em São Paulo. O g1 entrou em contato com o escritório Oliveira Campanini Advogados, responsável pela defesa dele, que não quis se manifestar até a última atualização desta reportagem. Samir Carvalho matou a esposa Amanda Fernandes em Santos, SP Redes sociais e Vanessa Rodrigues/A Tribuna Jornal Laudo A Justiça de Santos havia determinado a instauração de incidente de insanidade mental de Samir em outubro, destacando que o MP-SP também concordou com a solicitação feita pela defesa do acusado. No entanto, de acordo com o laudo do Instituto de Medicina Social e de Criminologia de São Paulo, Samir relatou que conversou com o advogado antes do início da perícia, sendo orientado a não participar. Por este motivo, o perito médico não conseguiu realizar a avaliação psiquiátrica. Ainda segundo o documento, o profissional sugeriu à Justiça que existe a possibilidade de chegar a alguma conclusão através de uma perícia indireta. Neste caso, o perito faria perguntas para um familiar que tinha convivência com Samir e analisaria eventuais documentos médicos do acusado. Entenda o exame A pedido do g1, o advogado e tribuno do júri, Fabio Hypolitto, que não tem relação com o caso, explicou que o incidente de insanidade mental está previsto no artigo 149 do Código de Processo Penal e é instaurado quando há dúvida sobre a capacidade mental do acusado. De acordo com o profissional, o acusado é submetido a um exame pericial psiquiátrico que avaliará se ele era imputável, semi-imputável ou inimputável no momento do crime, ou seja, se ele tinha ou não discernimento suficiente para compreender que o que fez era errado. "Se constatada a inimputabilidade, o réu não cumpre pena em presídio comum, mas sim uma medida de segurança em hospital de custódia ou estabelecimento psiquiátrico apropriado, voltada ao tratamento e à recuperação, e não à punição", afirmou Hypolitto. Relembre o caso Samir Carvalho matou a esposa Amanda Fernandes em Santos, SP Reprodução/Instagram e Daniela Rucio/TV Tribuna Conforme informado anteriormente pela delegada Deborah Lázaro, da Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Santos, o fato de o sargento ter ido para a clínica médica com um revólver e um punhal comprovou a premeditação do crime. Estas, inclusive, foram as armas usadas para matar Amanda. Ainda de acordo com Deborah, o sargento premeditou o crime por acreditar que estava sendo traído. Durante as investigações, a delegada afirmou ter sido comprovado que Amanda não tinha um relacionamento extraconjugal, ou seja, fora do casamento com Samir. Os laudos e depoimentos de todos os envolvidos foram juntados no inquérito policial, que foi encaminhado ao Fórum de Santos. Para a delegada, a reconstituição do crime, realizada no dia 22 de maio, foi essencial para o esclarecimento da dinâmica da ocorrência e conclusão do inquérito. Sobre os policiais militares que atenderam a ocorrência e estavam no momento do crime, a delegada afirmou que a conduta deles está sendo investigada pelo inquérito da PM, que deve apontar se eles serão penalizados. Versão dos PMs: Policial diz que procurou abrigo enquanto sargento matava a esposa Relato do dono da clínica: Médico revela que mulher morreu com faca cravada no pescoço Ameaças: Amiga da vítima diz que ele a ameaçava e agredia sem deixar marcas Amanda Fernandes e Samir Carvalho (à esq.) e laudo do IML (à dir.) Redes Sociais e Reprodução Justiça torna réu O MP-SP solicitou uma pena mínima de 70 anos ao sargento em denúncia oferecida pelo promotor Fabio Perez Fernandez. O órgão também pediu a fixação de uma indenização no valor mínimo de R$ 100 mil para os herdeiros de Amanda, além da quantia de R$ 50 mil à filha que presenciou o crime. O juiz da Vara do Júri/Execuções do Foro de Santos, Alexandre Betini, acolheu os pedidos do MP-SP e tornou Samir réu por homicídio qualificado e tentativa de homicídio. Segundo apuração do g1 junto à Justiça Militar, a prisão do sargento resultou na chamada agregação militar, status que o coloca como inativo temporariamente. Nessa condição, ele perde o direito ao salário e o tempo de serviço não é contabilizado. VÍDEOS: g1 em 1 minuto Santos

FONTE: https://g1.globo.com/sp/santos-regiao/noticia/2025/12/10/sargento-que-matou-esposa-em-clinica-se-recusa-a-fazer-exame-de-sanidade-mental-zureta-por-conveniencia-diz-mp.ghtml


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